Versões

Versões

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Ao Desconhecido


amolecer o que vem
é solução pra bem tarde
ou agarrar no teu seio
tem um tempão que não caso
nem vá dizer "disso eu sei"
a bem da verdade
o diz me diz eu cantei
sofre por uma verdade
é acordar lá no meio
de toda essa iniquidade
onde zelo pelo anseio
nem é pela maldade
mas devido ao meu remo
vou zarpando no vento
de encontro ao que não sabes
tão tanto quanto eu não sei.

(Autoria desconhecida)


Mônica Gomes, apreciadora de poesias autênticas

terça-feira, 14 de abril de 2015

O Absoluto


Na impossibilidade do ser
Suicídio moral
Orgulho de não o ser
Nefasto total.
Ceifador
Com dor.
Temor  procrastinado.

Mônica Gomes

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Futuro para o Passado





Num passado distante


Onde as boas memórias se foram
Audaz cavalheiro
Amante bendito...
Gentil nobre distinto
De todas.


Mônica Gomes

domingo, 12 de abril de 2015

Vitimas e Algozes

Somos todos vitimas e algozes, cada qual a sua maneira!

A vida nos encaminha por caminhos inesperados... Deparamo-nos com situações em que percebemos que tudo o que vivemos foi uma grande mentira. Personagens atuando num palco!
Será que é isto viver? Uma grande atuação num palco da vida.

Quero acreditar na sinceridade, em pessoas reais, livres de personagens.
Quero acreditar em sentimentos sinceros!
Quero acreditar em olhares suaves!
Quero acreditar nas boas intenções!

Rs! Não fui feita para esta vida de personagens!
Sou o que sou.
Espero ser tão literalmente um livro aberto como penso que sou (ou minha mente me engana, rs. Somos todos sujeitos a enganos!).
Sigamos, cada qual com seu caminhar, cada qual com seu trilhar, honestamente vivamos.
E se, por ventura, nesses caminhares algum se cruzar, que este caminhar seja uno.
Um livro escrito para a eternidade (Que exagero romanceado)!
Mas, como diz o grande poeta Vinícius de Moraes:

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
[Soneto da Fidelidade]

Nascer do Sol



Mônica Gomes



sábado, 11 de abril de 2015

Sobre livros fechados...


Explicar a Arte sempre foi uma das grandes ambições humanas. Frustrada ambição! A Arte anda lado a lado com diversas áreas do conhecimento humano, ela permeia caminhos analíticos, questionadores, imaginativos, criativos, o conhecer a si mesmo e ao mundo. A Arte, assim como a filosofia, trata de mudar o olhar humano sobre o real, induzindo a pensar e reconhecer que os fatos e ideais são mutáveis e não necessitam continuar a ser como está agora. A Arte prepara a construção para outros mundos.
A Arte nasceu a cerca de 25 mil anos e podemos contar diversas funções no decorrer desses anos, as mais variadas artes existem e ressignificam a vida de cada indivíduo. A música que nos envolve a alma, as artes cênicas inundando nosso ser, a linguagem corporal deliciosamente representada nos movimentos da dança e as artes visuais, ampliadas em limites inimagináveis com a tecnologia, constituem nossa vida e existência.
Na história percebemos que a maioria dos filósofos hesitou em reconhecer o caráter sentimental do pensamento, exatamente por uma visão preconceituosa do amor; a Arte une a vivência humana, a filosofia e o sentimento na visão racional histórica. Para Charles Feitosa, “Se desejamos algo, é porque não o temos. Amar a sabedoria seria então uma confissão resignada e persistente da própria ignorância.”, esse deveria ser nosso ideal, a Arte traz isso.

Candido Portinari - Dom Quixote - 80 x 65 cm

Diferente da antiguidade, onde a Arte era reservada para as elites e trancafiada em Museus, atualmente podemos facilmente vivenciar obras e importantes artistas. Ela é uma linguagem universal, é nela que enxergamos a identidade de um povo, nela temos um julgamento criativo formativo dos habitantes de uma região, seus ideais, estéticas, características e evoluções. Popularizar a Arte e levá-la aos nossos jovens e crianças é uma experiência na imersão da educação e cultura na formação de cidadãos completos.



“O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim, a técnica é meramente um meio. Porém, um meio indispensável.” 
                                         [Candido Portinari]



Referências:

FEITOSA, Charles. Explicando a Filosofia com Arte.  1. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
STRICKLAND, Carol e BOSWELL, John. Arte Comentada. 10. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.



Mônica Gomes


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Conversar com o olhar.




Os caminhos que as palavras percorrem são sinuosos e nem sempre entendíveis. O bicho homem se suplantou quando o quesito é meio de comunicação, e há muito por vir...
Mas, poderíamos dizer ser eficaz?
Em alguma parte deste extenso mundo pode-se, neste momento, estar sendo escritas palavras suaves, no outro extremo podem, estas mesmas palavras, serem entendidas com rudeza. Em tempos de comunicação virtual conhecemos de fato a alma um do outro? Amo as palavras e gosto de “brincar com elas”, mas sei também como podem ser traiçoeiras. A palavra pode exercer a função de ser mordaz, felina, cortante e capciosa. Pode fazer correr rios de sangue, invisível a olho nu e, ainda assim, eficaz em seu intento.
O Homem com toda a sua inteligência científica necessita humanizar-se, caso contrário, as tecnologias e afins se voltarão contra a própria raça humana.


“Brinco com as palavras”, borboleto-as em voares suaves, sempre rumando e voando a destino de trilhas ternas e amenas. Quero serenidade para continuar a jornada planadora de palavras. Plantar flores para que venham as borboletas... E que essas borboletas povoem e farfalhem em nossos estômagos, corações e pensamentos.
Em minhas palavras quero ser uma cultivadora de paz, essa é minha meta. Esse é meu desejo. Desejar o bem sem nem mesmo pensar a quem.


Desejo paz e felicidade para todos... Cada um a sua modo, claro!

Mônica Gomes



domingo, 5 de abril de 2015

Sobre ideias e borboletas

[Borboletas monarca em reserva no México declarada Patrimônio Mundial pela Unesco]

Entre arfares e farfalhares
De canto ao outro
Entre léguas de distância

Pensamentos salutares
Um grande estouro
Numa árvore de Acácia

Passados rudimentares
Retroceder Claustro
Discernimento em ardência

Voa borboleta, voa!

Voa em liberdade
Procura horizontes perdidos
Em tua cumplicidade

Concedida alforria!!!


[José Oiticica Filho (Rio de Janeiro RJ 1906 - idem 1964). Fotógrafo, pintor, entomologista e professor.]


[Continuo sendo eu, plainando pelos meus congestionados pensamentos, Mônica Gomes]



Reflexão:
Muitas vezes em nossas vidas dizemos que evoluímos, que nos tornamos pessoas melhores...
Mas, se retornarmos ao passado, será que apenas não retrocedemos? A evolução que realmente houvera se foi?

Às vezes não...
Quiça todos nós procuremos o bem estar alheio, só assim conseguiremos o nosso. Cedamos sorrisos e teremos sorrisos retornando. Respeitemos para que sejamos respeitados. Amemos e seremos amados.
Eventualmente o acaso nos levaria a um mundo melhor. E se porventura esse mundo não acontecesse poderíamos ter o privilégio de não ter participado de um mundo egocêntrico complacente onde o narcisismo impera.